Reconhecendo-se a forte ligação de Santarém à terra e aos recursos biológicos, considera-se existir um enorme potencial inexplorado na região em
torno da Bioeconomia e da sua utilização inteligente para o desenvolvimento de soluções inovadoras com base em recursos biológicos e renováveis.
É neste contexto que surge o concurso "Acelerador de Bio-Ideias", dinamizado pela NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém e a Animaforum - entidade
responsável pela gestão do Cluster Agroindustrial do Ribatejo (Agrocluster).
Com esta iniciativa pretende-se desafiar a comunidade a apresentar ideias para a conceção e comercialização de bioprodutos ou bioserviços, ambicionando desta
forma tirar partido das inúmeras oportunidades latentes no domínio da bioeconomia.
O período de candidaturas ao Concurso “Acelerador de Bio-Ideias”, decorreu de 28 de fevereiro a 30 de março de 2018. A concurso receberam-se ideias de negócio com forte componente biológica e sustentável, e que foram apresentadas em sessão de júri na Startup Santarém no dia 11 de maio 2018.
As propostas de negócios foram avaliadas, tendo os membros do júri, composto por representantes da NERSANT, Agrocluster, Associação Eco Parque do Relvão, Sociedade Portuguesa de Inovação e Instituto Politécnico de Santarém, chegado a um veredicto, que foi conhecido no dia 17 de maio 2018, no 3º Workshop de Mesa Redonda. A sessão na Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Santarém contou com a entrega de prémios aos três vencedores a concurso.
O júri decidiu atribuir o primeiro prémio do concurso “Acelerador de Bio-Ideias” ao projeto “Louça Biodegradável + Palhetas de Mexer o Café Biodegradáveis e Comestíveis”, dos promotores Pedro Cadete e Luís Simões.
O objetivo consiste em tornar a palheta de mexer o café comestível. Já existe palhinha para refrescos, mas agora é necessário adaptar o tipo de produto para as bebidas quentes, sendo para tal necessário modificar a tecnologia.
A palheta será constituída de materiais orgânicos como o amido de milho, fibras vegetais e aromas (e outros ingredientes neutros), que permitam que a palheta não se dissolva durante o uso, nem adultere o sabor do café.
A ideia passa pela produção de louça biodegradável, como pratos rasos, pratos de sopa e tijelas, com uso de farelo de trigo que é um resíduo dado como alimento para os animais, com recurso a uma técnica de prensagem patenteada.
Por motivos económicos, existem vários eventos que utilizam louça descartável, que provavelmente acaba no lixo comum e consequentemente sofre incineração ou vai para aterro. A Biotrem, empresa polaca que é representada pelos participantes, encontrou uma solução para este problema. A empresa utiliza o farelo de trigo, um resíduo que é dado como alimento para os animais, conseguindo, através de uma técnica patenteada de prensagem elaborar louça que inclusivamente pode ir ao microondas ou ao forno. Neste contexto, com este projeto pretende-se a efetuar a representação e comércio de louça biodegradável e simultaneamente comestível.
O segundo prémio no âmbito do concurso foi atribuído a Rodolfo Silva, com o projeto “Silva Farmer Fruits”.
O projeto consiste em aproveitar frutos com qualidade alta mas com baixo consumo pelo aspeto, sobretudo as crianças, designadamente a Pera Rocha. Tipicamente, estes produtos não são consumidos pelo seu aspeto, existindo portanto a necessidade de reaproveitar a fruta que é supostamente desperdiçada. A ideia visa a produção de Kits saudáveis, com brinde, por forma a despertar o interesse de consumo de fruta, nas camadas mais jovens, potenciando por esta via, uma mudança de comportamento do consumidor, para uma atitude de “alimentação saudável”.
Quanto ao terceiro lugar, o mesmo foi atribuído a Licínio Neto, candidatura com o projeto “Rosefood – Edible flowers bouquets”.
A RoseFood pretende inovar o mercado existente com a venda de originais ramos de rosas ou outras flores comestíveis, acompanhados por outras plantas igualmente comestíveis e pouco comuns, produzidas em ambiente protegido em estufa, com garantia de qualidade alimentar e selo de produção biológica. O produto resulta de uma simbiose entre produtos tradicionais de alimentação com os da decoração, com certificação biológica e garantia alimentar. A aposta reside no fator surpresa e no sabor do produto.